Campeonato Inglês volta nesta quarta: veja um guia com tudo sobre a retomada.
Foto: Infoesporte.
Confira as medidas de segurança adotadas pela liga, a expectativa dos jogadores brasileiros para voltar aos gramados e o que o Liverpool precisa para ser campeão
Fonte: Globoesportes Por Rafael Abduche* — Rio de Janeiro.
Depois de 100 dias sem jogos, o Campeonato Inglês retorna nesta quarta. Dois jogos atrasados da 28ª rodada marcam a reabertura da competição: a sensação da temporada Sheffield United visita o Aston Villa, às 14h (de Brasília), e o atual bicampeão e vice-líder Manchester City recebe o Arsenal, às 16h15 (de Brasília) – o GloboEsporte.com transmite essa partida em Tempo Real.
Enquanto o título do Liverpool está encaminhado, a briga pela Liga dos Campeões está acirrada, e terá como pano de fundo jogos sem torcida, protestos pela igualdade racial e um rígido protocolo de saúde. Confira a expectativa dos brasileiros Roberto Firmino, Richarlison, Willian, Fabinho, Gabriel Martinelli e Joelinton e os principais destaques abaixo.
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Quais as medidas de segurança adotadas pela liga?
Nesta temporada, o Campeonato Inglês ficará órfão daquilo que, para muitos é o elemento mais importante do futebol: o torcedor. As arquibancadas vazias simbolizam uma preocupação da liga com a saúde de quem está envolvido com as partidas, mas as medidas de segurança não param por aí, e abrangem os jogadores, a rotina de treinos e o protocolo das partidas.
Mais do que jogar sem público, os atletas deverão reduzir a interação com adversários após o apito final, terão apenas 25 minutos para trabalhos após as partidas e todas as entrevistas pós-jogo serão feitas no gramado.
Isso somado às baterias de testes para a Covid-19 realizadas pela liga nas semanas que antecederam a reabertura do campeonato: foram oito, tirando os exames feitos por cada equipe. Willian, do Chelsea, explica outras mudanças nos treinos do Chelsea.
– Mudou muito a rotina, pois nós levamos as roupas do treino e chuteiras para casa, já chegamos trocados no CT, não entramos no complexo onde ficam os vestiários e onde éramos acostumados a fazer as nossas coisas, pois está tudo fechado. Chegamos no CT, saímos do carro e vamos direto para o campo. Nós fazemos os testes duas vezes por semana, e acho que todos os clubes estão fazendo o mesmo.
“Por mais que seja seguro, ainda há riscos, o vírus está aí. Por isso, tenho tomado o maior cuidado e sigo aquilo que eles nos passam para não contrairmos o vírus”, diz Willian.
Willian em ação pelo Chelsea: atacante deve renovar contrato até fim de agosto para terminar temporada — Foto: Ricardo Nogueira / Divulgação
Rivais na cidade de Liverpool, mas companheiros de seleção em algumas convocações, Richarlison e Fabinho também contaram que os treinos de Everton e Liverpool, respectivamente, não são como antes.
– O mundo todo está passando por um período muito complicado. Acho que todos estamos ainda um pouco tensos e preocupados com toda essa situação, especialmente com o que está acontecendo no Brasil agora. Um dos pedidos nos treinos foi para ninguém cuspir no gramado e evitar tocar as mãos. Estão sendo bastante rígidos com isso para que o futebol volte, mas com bastante segurança – disse Richarlison.
– A recuperação pós-treino mudou muito, o tempo é bem menor. Não podemos mais usar nosso vestiário, temos que ir com a roupa do treino, e voltar para tomar banho em casa. Os testes vêm sendo feitos, creio que todos os jogadores, staff técnico e médico, deram negativo até agora – afirmou Fabinho.
Quando o Liverpool pode ser campeão?
A campanha de 27 vitórias, um empate e uma derrota até aqui credencia o Liverpool como o grande favorito ao título. Para levantar a taça sem depender de ninguém, basta vencer dois dos nove compromissos até o fim da competição.
No entanto, se o Manchester City – segundo colocado com 25 pontos atrás – perder para o Arsenal, na quarta, ou para o Burnley, no fim de semana, uma vitória simples contra o Everton dará o título ao clube, o primeiro da equipe na era da Premier League, desde 1992. Com 18 taças, o Liverpool não é campeão inglês desde 1990.
O tempo de paralisação gerou mais expectativa não só nos torcedores, que têm o Campeonato Inglês como obsessão, mas também nos atletas, como revela Roberto Firmino.
– Realmente, o título está bem próximo pela excelente temporada que a gente vinha fazendo. Só perdemos um jogo em 29 partidas.
“A ansiedade já era grande, claro, e ficou ainda maior pelo longo tempo que ficamos sem poder jogar.”
– O Liverpool já vem lutando por esse título da Premier League há muitos anos e espero que a hora tenha chegado, esse grupo merece.
Firmino e Fabinho comemoram o título da Supercopa da Europa com o Liverpool — Foto: Getty Images
Durante os dias em que a bola não rolou, a pandemia colocou uma incerteza na continuidade da competição, o que fez com que Fabinho refletisse sobre as consequências de um fim prematuro.
– Nós não sabíamos o que ia acontecer, estávamos preocupados primeiramente com a nossa própria segurança sobre o vírus. Não sabíamos realmente se nós íamos ser campeões realmente, se a liga ia continuar… Mas agora que o retorno da liga está próximo, nós nos preparamos bem nesse tempo que nós treinamos.
Qual é a expectativa dos brasileiros?
De todos os atletas que voltam a campo na Inglaterra, Gabriel Martinelli terá o privilégio de ser um dos primeiros, ao enfrentar o Manchester City nesta quarta. Com apenas 18 anos, ele tem 10 gols na temporada, três deles no Campeonato Inglês. Ele quer voltar a jogar no mesmo ritmo em que parou.
– Essa primeira temporada na Inglaterra realmente estava sendo muito boa para mim. Acredito que mantendo essa mentalidade de buscar sempre o meu melhor, até mesmo na paralisação, vou conseguir retomar o nível que vinha apresentando até a pausa e ter um rendimento que possa ajudar a nossa equipe a voltar com bons resultados.
Gabriel Martinelli treina no Arsenal — Foto: Getty Images
Durante o confinamento, muitos atletas aproveitaram o tempo para fazer o que não podem durante os compromissos com jogos e viagens. Richarlison, por exemplo, destacou-se por ser embaixador de uma campanha em parceria com a Universidade de São Paulo e por se esforçar nas aulas de inglês, por vezes mais complicadas que passar pelos marcadores dentro de campo.
– Estou pegando pesado nos estudos. É uma coisa que faz muita falta no meu dia a dia e acho que estou melhorando bastante. Já consigo entender tudo que me falam, consigo me comunicar. Minha próxima meta é conseguir dar uma entrevista em inglês.