José Maria Marin em julgamento em Nova York — Foto: Amr Alfiky / Reuters
Ex-presidente da CBF havia sido condenado em 2017
Fonte Globoespores:Por Martín Fernandez — São Paulo
A Justiça dos EUA aceitou nesta segunda-feira um pedido da defesa do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, e reduziu a pena a que ele havia sido condenado. Ele será libertado nos próximos dias. A defesa do cartola trabalha agora para que ele retorne ao Brasil.
A decisão da juíza Pamela Chen diminui a pena de Marin em um ano e dois meses. Em dezembro de 2017, José Maria Marin foi condenado a 41 meses de prisão (até maio de 2021) pelos crimes que cometeu enquanto era presidente da CBF, entre entre 2012 e 2015.
A defesa do cartola pediu a diminuição da pena com base nos problemas de saúde enfrentados por Marin, de 87 anos. Os promotores do caso concordaram com os argumentos da defesa.
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José Maria Marin em julgamento em Nova York — Foto: Amr Alfiky / Reuters
Marin vai ficar mais alguns dias na prisão em Allenwood, na Pensilvânia, até que seja finalizado todo o processo burocrático da libertação.
– Queremos que ele volte ao Brasil, onde tem mais recursos para cuidar da saúde e para estar perto do conforto da família. Estamos muito contentes com o resultado da negociação – disse Júlio Barbosa, advogado brasileiro que atua nos EUA com advogados americanos contratados por Marin.
Entenda o caso
Em dezembro de 2017, José Maria Marin foi considerado, na mesma corte, culpado de seis dos sete crimes pelos quais foi acusado pela promotoria da Justiça americana. São eles: organização criminosa (1x), fraude bancária (3x) e lavagem de dinheiro (2x).
Eles estão ligados a Copa Libertadores da América, Copa do Brasil e Copa América e cometidos entre os anos 2012 e 2015, período em que Marin foi presidente da CBF. Na mesma ocasião, o cartola foi absolvido de acusação de lavagem de dinheiro relativa à Copa do Brasil.
Marin não esteve sozinho. Nesse mesmo julgamento, o júri popular formado na corte, em Nova York, também condenou o ex-presidente da Conmebol e da Associação Paraguaia de Futebol Juan Angel Napout por organização criminosa e fraude bancária.
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José Maria Marin em Nova York — Foto: Amr Alfiky / Reuters
Tanto Napout quanto Marin foram, no dia 22 de dezembro de 2017, para a prisão no Brooklyn. Segundo a promotoria, Marin recebeu ao todo U$ 6,5 milhões de propina de empresas de marketing esportivo para assinar contratos de direitos comerciais de competições de futebol na América do Sul.
A investigação feita pela justiça americana se tornou pública em maio de 2015, quando José Maria Marin e mais cinco dirigentes de futebol de outros países foram presos em um hotel na Suíça.
À época, o dirigente brasileiro aceitou ser extraditado para os Estados Unidos e ficou de 2015 a dezembro de 2017 em prisão domiciliar, em seu apartamento de luxo, no prédio Trump Tower, em uma das áreas mais caras de Nova York.
Ex-presidentes da CBF, Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero (que foi suspenso pela FIFA) também foram denunciados pela justiça americana por receber propina e cometer os mesmos crimes pelos quais Marin foi condenado. Mas como o Brasil, por lei, não extradita seus cidadãos, eles não são julgados em Nova York.