Melhores da Copa do Mundo: veja destaques dos semifinalistas Messi, Mbappé, Modric e Ziyech.
— Foto: Infoesporte
Análise mostra principais números dos grandes nomes das seleções que seguem no Catar
Fonte: Globoesportes.com//Por Roberto Maleson e Rodrigo Breves — Rio de Janeiro.
Talentos da Copa. Os craques das seleções desfilaram nos gramados do Catar para ajudar suas equipes a trilhar o caminho das semifinais do Mundial. O protagonismo individual somado ao jogo coletivo bem encaixado foram peças fundamentais na engrenagem das campanhas de Argentina, Croácia, França e Marrocos.
O poder de decisão dos grandes nomes da Copa do Mundo é o que dita o tom do espetáculo. Com atuações de gala para encantar o mundo do futebol, Messi e Mbappé despontam como favoritos para o prêmio de craque do torneio. Correndo por fora, Modric e Ziyech são os donos do meio de campo de suas equipes.
O Espião Estatístico apresenta abaixo uma análise do que o quarteto já apresentou na Copa do Catar e como eles são destaques de suas respectivas seleções no Mundial.
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Messi, o gênio em seu último ato
Lionel Messi assumiu o peso da responsabilidade de disputar sua última Copa do Mundo e já tem sua melhor performance individual em Mundiais. Em números, já são seis participações diretas em gol. Melhor do que em 2014, quando foi eleito craque do torneio e teve cinco participações.
O camisa 10 chamou para si a missão de conduzir a Argentina ao tricampeonato para marcar de vez seu nome na história do futebol mundial. Messi é tão importante para este time de Lionel Scaloni que ainda não foi substituído uma vez sequer no Catar. Nos cinco jogos que disputou, o craque soma 550 minutos em campo. Sempre pronto para decidir para os hermanos.
Protagonista da Argentina, Lionel Messi ainda não foi substituído no Catar — Foto: Paul Childs/Reuters
Maior artilheiro da Argentina em Copas do Mundo ao lado de Batistuta com 10 gols, Messi já marcou quatro vezes no Catar. Com os outros dois passes para gol, o jogador do PSG tem uma participação direta em gol a cada 92 minutos em campo.
Cada vez mais participativo, Messi lidera os rankings de jogadores com mais finalizações, passes para finalização e dribles certos entre os 669 atletas que já entraram em campo na Copa 2022. Com a missão clara de colocar a Argentina no topo, Messi tem buscado o gol a todo instante.
Para quebrar as linhas adversárias e ganhar mais espaço para finalizar, o atacante já soma 12 dribles certos na competição. Com isso, ele já concluiu 25 vezes a gol e ainda deu outros 16 passes para companheiros finalizarem.
Marcação sobre Messi em Holanda x Argentina — Foto: EFE/EPA/Rungroj Yongrit
Carregando o piano argentino, o insubstituível Messi já percorreu quase 45 quilômetros no Catar para tentar levar a Argentina à glória. A próxima missão é diante da Croácia, de Luka Modric. Caso jogue nos dois próximos compromissos argentinos, Messi ainda vai bater outro recorde: o de jogador com mais partidas na história da Copa do Mundo. Mais um feito individual para sua coleção.
Mbappé, o precoce craque francês
Rápido, forte e decisivo. Mbappé tem apenas 23 anos, mas já desponta como um dos maiores da história da Copa do Mundo. O jogador pode ser bicampeão mundial com menos de 24 anos. Um dos mais rápidos do Mundial do Catar, o craque bateu uma marca que era de Pelé. O camisa 10 da França já marcou cinco gols, no total de nove em Copas, e superou a marca do Rei, de jogador com mais gols antes dos 24 anos.
Os 35,3 km/h já atingidos nesta Copa do Mundo mostram que o velocista francês segue com fome na busca por protagonismo no futebol mundial. Mbappé é o artilheiro do torneio, com cinco gols. Mas não para por aí.
Com duas assistências, ele tem mais participações em gols do que Lionel Messi. É o jogador com mais participações diretas em gol no Catar. A cada 64 minutos o craque ajudou a colocar a redonda no fundo do barbante.
Mbappé tem cinco gols e duas assistências na Copa do Catar — Foto: Hannah McKay/Reuters
Assim como Messi, Mbappé é insubstituível. Apenas contra a Tunísia, quando o time titular foi poupado, que o jogador começou a partida do banco. Quando iniciou entre os 11, o atacante não foi sacado por Didier Deschamps. São 450 minutos colocando salseiro no jogo.
Ele só fica atrás de Messi na quantidade de arremates a gol e de dribles. Foram 20 finalizações na competição – um gol a cada quatro tentativas. Buscando o gol a todo instante, o craque do PSG é o principal nome da seleção francesa e vai em busca de seu segundo título mundo.
Modric, o dono do time
Nem todo jogador decisivo é o cara que faz os gols ou dá as assistências, e Modric está provando isso nesta Copa do Mundo. Ele controla o meio de campo, distribui o jogo e estabelece o ritmo da Croácia, em geral mais cadenciado, a cada partida.
Dos quatro destaques dos semifinalistas que o Espião Estatístico analisou, é o que percorreu a maior distância nos campos do Catar. Foram 55.600 metros em que procurou espaços e desfilou sua categoria, sendo que o jogo que teve mais trabalho foi o das quartas de final frente ao Brasil. Foram 13.973 metros vencidos ao longo do tempo regulamentar e de toda a prorrogação, sem contar a cobrança de pênalti perfeita com Alisson de um lado e a bola do outro.
Modric em ação contra o Brasil — Foto: Pedro Martins
Capitão e com a camisa 10 às costas, foi titular nas cinco partidas no Catar, e o técnico Zlatko Dalic só o substituiu quando extremamente necessário. Saiu na 2ª rodada da fase de grupos quando a Croácia já vencia o Canadá por 3 a 1 e com o jogo controlado; foi 4 a 1. Depois, deixou o campo aos 8 minutos do 1º tempo da prorrogação contra o Japão nas oitavas de final. Aparentemente, o único momento em que o cansaço realmente bateu para Modric.
Aos 37 anos, soube controlar os próprios nervos para não acabar suspenso nos momentos decisivos. Levou um cartão amarelo no segundo jogo contra o Canadá após discussão com Miller. Depois, foram três jogos bem disputados contra Bélgica, Japão e Brasil em que não foi advertido pela arbitragem. E a sua ajuda na parte defensiva é fundamental. É o terceiro da sua seleção com mais desarmes – fez 11 – e não deixou de cometer faltas quando necessário – foram 12, o que fazem do meia o atleta mais faltoso da Croácia.
Luka Modric é o capitão da Croácia no Catar — Foto: REUTERS/Bernadett Szabo
Ziyech, bem mais que um ponta
Para quem vê a escalação de Marrocos sem ter observado com atenção todos os jogos da equipe na Copa do Catar, acaba entendendo que Ziyech é o ponta direita do time. Mas não é tão simples assim. Em ascensão no Chelsea a cada temporada – está no seu terceiro ano na equipe inglesa -, o camisa 7 marroquino é fundamental tanto para o ataque da sua seleção quanto para o sistema defensivo. É a quem seus companheiros recorrem nos momentos de dificuldade, e ele responde.
Sua posição média não é a de um ponta usual, já que Marrocos foca sua campanha histórica de primeira seleção africana a chegar a uma semifinal de Copa do Mundo no bom posicionamento defensivo. Ziyech passa mais tempo da partida bloqueando as subidas dos adversários que caem do seu lado do campo do que partindo para o ataque. Foram oito desarmes do atacante, que, em seu time, só fica atrás dos laterais Hakimi e Mazraoui e do volante Amrabat, atletas muito mais integrados à defesa do que ele.
Canadá Marrocos, Hakim Ziyech — Foto: REUTERS/Ibraheem Al Omari
Ziyech sai pouco do time como não poderia deixar de ser para um atleta que é referência técnica da sua seleção. Foi titular nos cinco jogos até agora e só foi substituído duas vezes. A primeira contra o Canadá aos 30 minutos do 2º tempo com o placar favorável de 2 a 1 ainda na fase de grupos e a segunda nas quartas de final, aos 35 da etapa final, com 1 a 0 para Marrocos, que estava bem postada defensivamente para impedir o empate de Portugal. Com o placar empatado, o técnico Walid Regragui nem cogitou tirar seu melhor jogador.
É o jogador que mais finalizou na equipe africana com nove tentativas, fez um gol e deu uma assistência, além de outros seis passes decisivos para finalizações dos companheiros. Na fase de grupos contra a Bélgica, chegou a marcar um gol de falta, que foi anulado pelo VAR, e, no fim, garantiu a vitória com passe perfeito para Aboukhlal marcar. Contra o Canadá, aproveitou um erro de saída de bola inacreditável do goleiro Borjan e abriu o placar com categoria. Nas oitavas, diante da Espanha, lutou no tempo regulamentar, na prorrogação e se apresentou para cobrar um dos pênaltis que assegurou a classificação para as quartas. Por fim, quase fez o segundo gol de Marrocos contra Portugal nas quartas em cobrança de falta em mais uma boa atuação.